- Estágio -
Artistas Unidos

Estágio Curricular - 2° Semestre

Curso: Licenciatura - Teatro (3° ano)
 Orientador de Estágio: João Meireles
 Professor Supervisor do Estágio: Miguel Castro Caldas
 Estrutura Acolhedora: Artistas Unidos - Teatro da Politécnica (R. da Escola Politécnica, N° 54 | 1250-096 | Lisboa - Príncipe Real)

•    O fim de um ciclo de estudos, ao candidatar-me à estrutura dos Artistas Unidos – TEATRO DA POLITÉCNICA, em 03/12/2022, iniciando o processo de entrada em 27/02/2023 e saindo no dia 06/07/2023, com grande contentamento.Quando me candidatei ao estágio, o meu objetivo era focar-me em algo que não esti- vesse diretamente ligado ao campo da interpretação, mas sim à criação (encenação, dramaturgia, cenografia, etc.), pois senti que a minha formação na ESAD.cr foi bastanteampla neste sentido.

•    Isso abriu um vasto leque de possibilidades na área da criação em Teatro, permitindo-me focar em algo menos convencional para um ator formado no curso de Teatro da ESAD.cr. Entre todas as estruturas que aceitaram a minha proposta de estágio, a companhia dos Artistas Unidos foi a que melhor respondeu às minhas necessidades, propondo-me realizar a "Assistência de Encenação" na sua estrutura. Dado que esta proposta respondia às minhas expectativas, aceitei-a.
   

•    O meu estágio na estrutura dos Artistas Unidos – TEATRO DA POLITÉCNICA decorreu na Rua da Escola Politécnica, No 54, onde permaneci durante todo o período para cumprir integralmente o meu trabalho como estagiário.

   Na terça-feira, 14/03/2023, com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, Diogo Moura, Vereador da Cultura, Economia e Inovação, OP e Freguesias da CML, e João Meireles, participei na homenagem a Jorge Silva Melo, promovida pelos Artistas Unidos. 

   Tive a oportunidade de honrar, em conjunto com estes grandes trabalhadores, o trabalho de Jorge Silva Melo e de tantos outros que, com ele, sonharam e ergueram a companhia, juntando esforços para garantir um novo espaço.

Assistência de Encenação 
 

•    Como Assistente de Encenação, apoiava no que fosse necessário, desempenhando a função de ponto (do texto) para os atores, propondo, por vezes, ideias para a construção da encenação e dramaturgia, acompanhando todo o processo de ensaios, interpretando e desconstruindo o texto proposto, realizando tarefas logísticas das peças teatrais, como elaboração de fichas de material necessário para a cenografia e adereços, partici- pando em debates sobre as ideias propostas ou opiniões de interpretação de cada um e estabelecendo pontos de comunicação com todos os elementos da equipa, visando assim uma criação partilhada.

•    Montagem da sala de ensaios (função exclusiva do estagiário): o estagiário, meia hora antes do início dos ensaios, tinha de encher duas jarras de água e colocá-las nas mesas onde se sentavam as equipas de encenação e técnica. Dentro dos mesmos parâmetros, o estagiário tinha também de colocar as cadeiras em falta à mesa, verificar o lixo todos os dias e, no final de cada ensaio, prosseguir com a desmontagem, arrumar as cadeiras, trocar o lixo e retirar as jarras de água.
   

•    Era necessário que o Frente Sala estivesse presente meia hora antes do espetáculo começar, sendo obrigatório o uso de uma t-shirt com o logótipo da companhia Artistas Unidos – TEATRO DA POLITÉCNICA, que vestia assim que chegava à estrutura. Após estar devidamente equipado, o Frente Sala deveria montar o material de iluminação (composto por um projetor de chão e três de recorte com base metálica, com ligações de cabos a partir de uma única estrutura), ao longo do caminho de entrada para a porta principal de acesso à estrutura, de modo a guiar o público e iluminar a companhia quando um espetáculo estivesse em cena.
   

•    Após a montagem do material de iluminação, o estagiário deveria dirigir-se ao foyer do teatro e aguardar a chegada do público, iniciando a receção (ajudar a instalar as pessoas, responder a perguntas, orientá-las, etc.). Quando o espetáculo estivesse prestes a começar, o Frente Sala abria as portas (por ordem do encenador), introduzia o início do espetáculo ao público e procedia à leitura dos bilhetes. Com o público já sentado, o Frente Sala informava sobre o nome do espetáculo, a produção e algumas regras da casa, como desligar os telemóveis, entre outras.

•    O estagiário, como Frente Sala, podia optar por ficar dentro da sala a assistir ao espetáculo e a controlar o público em caso de distúrbios, ou ficar fora da sala, controlando o ambiente e estando pronto para atender qualquer membro do público que precisasse de sair durante o espetáculo.No final do espetáculo (10 a 15 minutos depois), o Frente Sala deveria desmontar o material de iluminação, trocar de roupa e ir embora, preparando-se para o dia seguinte de trabalho.

•    Falando especificamente sobre o meu processo de estágio curricular, considero que as experiências enquanto estagiário refletiram muito bem as aprendizagens proporcionadas pelo meu curso de Teatro. Neste contexto, pude considerar a experiência como algo inovador, embora muitos dos contactos que tive com as tarefas realizadas estivessem em consonância com as aprendizagens adquiridas na ESAD.cr.

•    Isso fez-me perceber que a bagagem que trazia comigo era bastante sólida, o que demonstra a qualidade da ESAD.cr como entidade formadora. Procurei tirar o máximo partido disso, para identificar conhecimentos que ainda me faltassem e que pudesse adquirir durante o estágio. A verdade é que, estando à vontade com as minhas tarefas, consegui concentrar-me num aspeto do qual não tinha conhecimento: a logística e o funcionamento de uma companhia na sua produção. Esse foi, para mim, o ponto mais relevante desta experiência, pois, dentro e fora das minhas funções, desenvolvi um olhar atento para perceber como as diversas peças se uniam e se mecanizavam para fazer funcionar a grande máquina do Teatro dentro de uma companhia.Esta reflexão permitiu-me entender como funcionam várias questões logísticas numa companhia teatral, noções que são essenciais para alguém que ambiciona ser criador.
   

•    De todo o trabalho realizado durante o estágio, considero que a competência mais desenvolvida foi a compreensão do funcionamento de uma companhia teatral como um todo, de forma autónoma. No entanto, também adquiri novas ferramentas tanto nas funções de Frente Sala como na Assistência de Encenação. Em Assistência de Encenação, aprendi múltiplas formas de encenação, maneiras de dar vida ao texto, as infinitas possibilidades de desconstruir uma obra dentro de certos parâmetros, bem como ferramentas para propor ao ator e dirigir. Na função de Frente Sala, aprendi aspetos que não sabia serem da responsabilidade do Frente Sala, modos de atuação que este deve adotar e cumprir, e compreendi mais profundamente a importância desta posição e o seu impacto.
   

•    Em suma, de todas as funções e tarefas retirei sempre algo novo ou que pude aprimorar, mas o principal conhecimento que levo comigo é, sem dúvida, a compreensão do funcionamento integral de uma companhia teatral.

   Com base nas aprendizagens e objetivos que estabeleci, esta experiência de estágio acaba por preencher vários requisitos que considero necessários para um formando ter enquanto experiência e aprendizagem, no âmbito da entrada no mundo profissional da área do Teatro.
 
   Espero também que a vida me apresente cenários onde possa aplicar algumas destas aprendizagens, e que, nesses momentos, seja evidente que os conhecimentos estão presentes e que esta fase foi realmente tão importante como mencionei anteriormentepara o meu percurso enquanto artista, criador e intérprete.